necessidade de financiamento: governo geral precisou de r$ 741,3 bilhões em 2024

Necessidade de financiamento: Governo Geral precisou de R$ 741,3 bilhões em 2024

IBGE: necessidade de financiamento caiu 12,2%, arrecadação subiu 12,7% e despesas 8,5%

O chamado Governo Geral, que inclui a União e seus poderes, estados e municípios, precisou de R$ 741,3 bilhões para fechar as contas em 2024. Esse valor, conhecido como necessidade de financiamento líquida, mostra quanto o setor público precisou se endividar ao longo do ano, já incluindo os gastos com pagamento de juros da dívida pública.

Fonte e contexto dos números

Os dados constam do estudo Estatísticas de Finanças Públicas e Conta Intermediária de Governo, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em parceria com a Secretaria do Tesouro Nacional e o Banco Central. Segundo o levantamento, o montante representa queda de 12,2% em relação à necessidade líquida de financiamento de 2023, indicando que o setor público precisou se financiar menos do que no ano anterior.

Arrecadação cresceu mais que despesas

O relatório do IBGE aponta que a redução, em 12,2%, na necessidade de financiamento reflete o crescimento nominal, sem descontar a inflação, de 12,7% da arrecadação, ante aumento de 8,5% das despesas. Em detalhes, a arrecadação de impostos cresceu 16,3%, e as contribuições sociais, 8,2%.

Do lado das despesas, a rubrica benefícios previdenciários e assistenciais, item de maior peso, aumentou 6%, com destaque para benefícios assistenciais de idade e invalidez, com expansão de 18,2%.

Juros e o peso da Previdência

Em 2024, o Governo Geral gastou R$ 971 bilhões com pagamento de juros. Esse montante representa 52% do que o país como um todo gasta com benefícios previdenciários e assistenciais (R$ 1,9 trilhão). A comparação evidencia a pressão dos encargos da dívida sobre as contas públicas e a forte participação das despesas previdenciárias no orçamento total.

Estrutura do setor público e implicações

O estudo lembra que o Governo Central inclui, além do Governo Federal, Legislativo e Judiciário, as empresas estatais dependentes, Previdência Social, órgãos e entidades da administração direta e indireta. As maiores fatias de receitas e despesas ficam com o Governo Central, o que explica boa parte dos movimentos na necessidade de financiamento.

Em resumo, a necessidade de financiamento menor em 2024 decorre principalmente da aceleração da arrecadação, apesar do aumento das despesas com benefícios e do alto custo dos juros. Os dados divulgados pelo IBGE, em parceria com a Secretaria do Tesouro Nacional e o Banco Central, traçam o panorama fiscal do ano e apontam os principais vetores que reduziram a necessidade de endividamento do setor público.

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