obra de niemeyer em joão pessoa vira palco de leilão de cavalos e depósito de banheiros químicos

Obra de Niemeyer em João Pessoa vira palco de leilão de cavalos e depósito de banheiros químicos

Estação Cabo Branco, um ícone arquitetônico de Oscar Niemeyer em João Pessoa, tem sido palco de polêmicas devido ao seu uso inadequado. O espaço, que deveria ser dedicado à ciência, cultura e arte, tem servido para eventos privados, como leilões de cavalos, e até como depósito de banheiros químicos, gerando preocupação com a preservação do patrimônio.

Críticas ao uso da Estação Cabo Branco

O vereador Milanez Neto expressou profunda insatisfação com a forma como a Estação Cabo Branco, projetada pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer, tem sido utilizada. Segundo o vereador, a estrutura já foi palco de **tiroteios no entorno** e tem recebido eventos sem critério aparente, desrespeitando a importância do local. “Isso é uma falta de respeito, ninguém sabe qual critério. Aquela área tem uma interdição de passagem de veículos a 300 metros e promovendo festas de 15 mil pessoas”, relatou o vereador ao ClickPB.

Degradação e desrespeito ao patrimônio cultural

A população de João Pessoa manifesta preocupação com a **possibilidade de degradação** da Estação Ciências, incluindo as obras de arte expostas ao ar livre. O local, que é um importante cartão-postal da cidade e conta com a assinatura de Oscar Niemeyer, tem sido alvo de recentes polêmicas. Administrada pela Prefeitura de João Pessoa, a Estação Cabo Branco: Ciência, Cultura e Arte, acabou se tornando palco de shows privados, festivais de comida e instalação de brinquedos, além de eventos como o anunciado leilão de cavalos.

O 2º Leilão Vitrine Paradise, promovido pela empresa Cavalos de Vitrine, especializada em leilões de cavalo Quarto de Milha, estava previsto para acontecer no último sábado (29), a partir das 19h, na Estação Ciência. A situação é vista como um **descaso**, pois não há um cuidado e zelo percebidos com o equipamento cultural de extrema importância para todo o estado da Paraíba.

Importância histórica e arquitetônica

A Estação Ciências está localizada em um ponto estratégico, próximo ao Farol do Cabo Branco e à Ponta do Seixas, o ponto mais oriental das Américas. Na época de sua inauguração, em 2008, houve um **investimento total de R$ 33,5 milhões**, com apoio do Ministério de Ciência e Tecnologia. Instalada em uma área de 8.571 metros quadrados, a Estação Ciências é composta por diversos prédios em meio a resquícios de Mata Atlântica, abrigando obras de arte permanentes e exposições.

A Estação Ciências abriga obras de artistas renomados, como Abelardo da Hora, Fred Svendsen e Flávio Tavares. O uso considerado indevido da estrutura gerou grande repercussão e críticas por parte da população, que teme pela **preservação das obras de arte** e da própria edificação.

Estação como depósito de banheiros químicos

Um fato que chamou atenção recentemente foi o uso do local como um grande “depósito” de banheiros químicos. O caso ganhou repercussão nas redes sociais e foi criticado pelo ex-governador Ricardo Coutinho. Ele declarou em suas redes sociais que “a Estação foi criada para ser um espaço de ciência, arte, memória e conhecimento, não depósito de banheiros químicos ou cenário para eventos privados que ignoram sua importância histórica. É preciso respeitar o patrimônio público, defender a cultura e impedir que desmontem um equipamento que já recebeu milhões de visitantes e marcou a história de João Pessoa e da Paraíba”.

Diante da repercussão negativa, o prefeito Cícero Lucena anunciou o **cancelamento do leilão de cavalos** que aconteceria na Estação Ciências, em João Pessoa, demonstrando uma resposta às críticas e à preocupação com o patrimônio público.

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