prisão de jair bolsonaro: lula diz que brasil deu 'lição de democracia' após pena de 27 anos

Prisão de Jair Bolsonaro: Lula diz que Brasil deu ‘lição de democracia’ após pena de 27 anos

Lula afirmou, “Eu estou feliz. Não pela prisão de ninguém, estou feliz porque esse país demonstrou que está maduro para exercer a democracia na sua mais alta plenitude”, sobre a prisão de Jair Bolsonaro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou nesta quarta-feira a execução de penas contra os envolvidos na trama golpista de 2022, incluindo a punição aplicada ao ex-presidente. Em cerimônia no Palácio do Planalto, onde sancionou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, Lula destacou que o país “deu uma lição de democracia ao mundo” e celebrou a capacidade das instituições de garantir a ordem constitucional.

O comentário de Lula

Ao falar sobre o caso, Lula disse, “Eu estou feliz. Não pela prisão de ninguém, estou feliz porque esse país demonstrou que está maduro para exercer a democracia na sua mais alta plenitude”. O presidente reforçou que a resposta das instituições foi serena, e que a Justiça agiu sem ceder a pressões externas.

Em outra declaração, Lula afirmou, “Sem nenhum alarde, a Justiça brasileira mostrou a sua força, não se amedrontou com as ameaças de fora e fez um julgamento primoroso onde não tem uma acusação de oposição. É tudo acusação de dentro da quadrilha que tentou dar um golpe nesse país em [2022]”. Para o presidente, o episódio demonstra que a democracia vale para todos, e não é um privilégio.

Lula também ressaltou o caráter histórico da condenação, ao lembrar, “Pela primeira vez em 500 anos na história desse país, você tem alguém preso por tentativa de golpe. Você tem um ex-presidente da República e você tem quatro generais de quatro estrelas presos. Numa demonstração de que democracia vale para todos. Democracia não é privilégio de ninguém, é um direito de 215 milhões de brasileiros”.

Decisão do STF e penas aplicadas

A condenação, conforme decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, ocorreu no dia 11 de setembro. “Por 4 votos a 1, a Primeira Turma do STF condenou os sete réus pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado”.

Com a conclusão do julgamento, foi determinado o início da execução das penas. Entre os condenados, destacam-se as seguintes penalidades e locais de prisão:

Jair Bolsonaro – ex-presidente da República, 27 anos e três meses, preso na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.

Walter Braga Netto – ex-ministro e candidato a vice em 2022, 26 anos, preso na Vila Militar, no Rio de Janeiro.

Almir Garnier – ex-comandante da Marinha, 24 anos, preso nas instalações da Estação Rádio da Marinha, em Brasília.

Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal, 24 anos, preso no 19º Batalhão de Polícia Militar do DF, no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, 21 anos, preso no Comando Militar do Planalto, em Brasília.

Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa, 19 anos, preso no Comando Militar do Planalto, em Brasília.

Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, 16 anos, um mês e 15 dias, está foragido em Miami, nos Estados Unidos. O mandado de prisão será incluído no Banco Nacional do Monitoramento de Prisões (BNMP).

Repercussão e próximos passos

A avaliação do governo e de analistas políticos é que a execução das penas, e a prisão de autoridades militares e civis, marcam um precedente no combate a tentativas de ruptura democrática no Brasil. A aplicação das sentenças e a atuação do STF foram destacadas por Lula como prova de maturidade institucional, e a inclusão de mandados no BNMP busca ampliar a cooperação entre autoridades para localizar os foragidos.

Além do posicionamento do Planalto, a decisão do STF pode provocar desdobramentos jurídicos e administrativos, e seguirá no foco público enquanto ocorrerem medidas de cumprimento de pena e recursos cabíveis. O Executivo, por sua vez, deu sinais de que acompanhará os desdobramentos, ao mesmo tempo em que avança em pautas econômicas, como a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil, sancionada no mesmo ato em que o presidente comentou o caso.

Em resumo, a execução das penas foi recebida pelo governo como uma demonstração de que as instituições brasileiras têm condições de responder a ameaças à ordem democrática, e, nas palavras do presidente, de que o país “demonstrou que está maduro para exercer a democracia na sua mais alta plenitude”.

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