pedro cunha lima e 2026: cortado da disputa, família e aliados rompem apoio

Pedro Cunha Lima e 2026: cortado da disputa, família e aliados rompem apoio

Pedro Cunha Lima diz ter sido abandonado por lideranças da família, enquanto alianças mudam rumo a 2026

A saída de Pedro Cunha Lima do processo de articulação para a disputa ao governo em 2026 expõe uma divisão interna e sinais de distanciamento de lideranças que atuam tradicionalmente em Campina Grande e em outros polos do estado.

Segundo reportagem publicada no blog de Luís Tôrres, Pedro foi cortado do processo de disputa ao governo de 2026 pelas próprias lideranças da família, em um movimento que, na avaliação de aliados próximos, transformou o ex-deputado em peça de trocas políticas. A publicação lembra que, na eleição de 2022, Pedro saiu da disputa com um histórico de votação relevante, “logo ele que saiu da eleição de 2022 com mais de um milhão de votos para governador, tendo disputado o segundo turno da eleição com João Azevedo.”

Como se desenhou o abandono

O cenário que levou ao afastamento de Pedro Cunha Lima envolve várias decisões de atores centrais da política paraibana. A costura entre o senador Efraim Filho e o PL nacional, aliada ao rompimento do prefeito Cícero Lucena com o governo estadual, alterou as apostas locais. Com essas mudanças, líderes avaliaram que a permanência de Pedro como candidato forte ficou difícil de sustentar.

Na prática, a adesão de Efraim a setores do PL e a movimentação do prefeito da Capital criaram espaço para a montagem de uma candidatura alternativa, e Pedro acabou ficando isolado dentro do próprio grupo. O blog aponta que houve oportunidades, pela estrutura política em Campina Grande, para que o apoio fosse mantido, mas as lideranças optaram por não segurar a candidatura.

Reações dentro da família e do grupo político

O quadro ganhou contornos públicos com declarações e sinais contraditórios entre os próprios membros do clã Cunha Lima. O tío, Ronaldo Cunha Lima Filho, exaltou outro nome como pré-candidato, enquanto Bruno Cunha Lima sinalizou apoio a Efraim, com um silêncio considerado constrangedor por parte de Romero Rodrigues. Esses gestos alimentaram a impressão de abandono do ex-deputado.

O blog ainda destaca que Pedro Cunha Lima chegou a reconhecer publicamente a fragilidade de manter uma corrida ao governo sem o apoio da família, e disse não ter condições de sustentar sozinho uma candidatura. Esse relato reforça a ideia de que o isolamento foi determinante para a desistência ou a perda de viabilidade política local.

Perfil de Pedro e tensões internas

Parte da explicação interna para o afastamento também passa pelo próprio estilo de Pedro. Na visão de correligionários, ele é visto como “diferente” entre os seus, e por vezes como alguém que se comporta com autonomia excessiva. O blog observa que, “É considerado “diferente” entre os seus. É autêntico demais.” Essa percepção, aliada a oscilações entre demonstrar amor e aversão à política, teria dificultado a consolidação de apoios estáveis.

Para aliados e analistas, ser autêntico e ter visão própria pode ser uma virtude, mas em arranjos onde a disciplina de grupo e as negociações são frequentes, isso também pode ser interpretado como falta de alinhamento, e levar ao isolamento. No caso de Pedro Cunha Lima, a conjunção de fatores pessoais e estratégicos acabou por fazer com que ele perdesse espaço diante de alianças emergentes.

Reflexão final sobre a política e a trajetória

O episódio foi interpretado pelo blog como uma demonstração da face mais dura da política, onde ingratidões, deslealdades e trocas podem marcar o destino de figuras públicas. Para ilustrar a dramaticidade do momento, o texto remete a versos do poeta Augusto dos Anjos, citados como referência frequente do próprio Pedro, “velho caixão a carregar destroços/carregando apenas na tumba carcaça/o pergaminho singular da pele/ e o chocalhos fatídico dos ossos…”

Independentemente dos desdobramentos, a saída de Pedro Cunha Lima da linha de largada rumo a 2026 redesenha o mapa das articulações na Paraíba. As próximas movimentações de nomes como Efraim Filho, Cícero Lucena, Bruno Cunha Lima e Romero Rodrigues vão indicar se o isolamento de Pedro será temporário ou se marca uma nova etapa na política do estado.

Enquanto isso, aliados, adversários e eleitores acompanham a repercussão, e observam que, em política, a construção de alianças e a manutenção de apoios internos costumam ser decisivas, tanto quanto a força do eleitorado nas urnas.

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