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A cidade do Rio de Janeiro foi palco da primeira Cúpula Popular do BRICS, um encontro inédito que visa consolidar a participação da sociedade civil na construção de um Sul Global mais justo e colaborativo. Em um vídeo enviado para a abertura do evento, a ex-presidenta do Brasil e atual presidente do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, Dilma Rousseff, ressaltou a importância histórica desta iniciativa.
Dilma Rousseff enfatizou que a cúpula representa um avanço significativo, pois, “pela primeira vez, os povos dos países do BRICS dispõem de um canal permanente de diálogo com os governos e as instâncias decisórias do agrupamento”. Essa nova estrutura busca garantir que as vozes e as necessidades da população sejam ouvidas e consideradas nas decisões que afetam o bloco e o mundo.
João Pedro Stedile, membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Conselho Civil dos BRICS no Brasil, explicou que um dos objetivos da cúpula é formalizar o funcionamento do conselho civil. A ideia é estabelecer um modelo de operação permanente que possa ser replicado e aprimorado para o próximo mandato do bloco, que ocorrerá na Índia. “Os governos sabem que, sem a mobilização da sociedade civil, para alguns temas não tem como resolver, como a defesa da natureza, a construção de moradia popular”, afirmou Stedile.
A cúpula popular abordará tanto questões de geopolítica mundial quanto temas práticos onde a sociedade civil pode oferecer contribuições valiosas. Stedile destacou que o conselho civil se dedicará a áreas como a defesa do meio ambiente e a moradia popular, reconhecendo o papel fundamental da mobilização social na resolução desses desafios complexos.
Um dos pontos centrais discutidos na Cúpula Popular do BRICS é a posição estratégica dos países membros na produção agrícola mundial. Os organizadores ressaltam que os países do bloco são líderes na produção de grãos, carnes, fertilizantes e fibras, respondendo por cerca de 70% da produção agrícola global. Além disso, concentram mais da metade da agricultura familiar do planeta, responsável por aproximadamente 80% do valor da produção global de alimentos.
Essa posição de destaque confere ao BRICS uma responsabilidade ainda maior na construção de sistemas alimentares sustentáveis e equitativos. As pautas relacionadas à segurança alimentar e à sustentabilidade agrícola são centrais para o Conselho Popular do BRICS, que busca integrar essas discussões nas agendas oficiais do bloco. A Cúpula Popular do BRICS no Rio de Janeiro se configura, portanto, como um importante passo para fortalecer a cooperação e a ação coletiva em prol de um futuro mais promissor para o Sul Global.