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A expectativa do mercado financeiro para a inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi revisada para baixo. A previsão para este ano caiu de 4,45% para 4,43%, conforme divulgado no boletim Focus do Banco Central (BC). Esta é a terceira semana consecutiva de redução na estimativa, impulsionada pela divulgação da inflação de outubro, que apresentou o menor índice para o mês em quase 30 anos.
O IPCA fechou outubro em 0,09%, um resultado significativamente menor que os 0,48% registrados em setembro e 0,56% de outubro do ano anterior. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), este é o menor índice para o mês desde 1998. A principal responsável por essa desaceleração foi a redução expressiva na conta de luz.
A meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso significa que o intervalo considerado adequado para a inflação é entre 1,5% e 4,5%. Com a nova projeção de 4,43% para 2024, o mercado indica que a inflação está mais próxima de atingir esse intervalo.
A inflação acumulada nos últimos 12 meses agora se situa em 4,68%, marcando a primeira vez em oito meses que o patamar fica abaixo de 5%. Contudo, este índice ainda se encontra acima do teto da meta definida pelo CMN. Para 2026, a projeção da inflação foi ajustada de 4,18% para 4,17%. As previsões para 2027 e 2028 são de 3,8% e 3,5%, respectivamente, indicando uma tendência de desinflação contínua.
Para controlar a inflação e buscar o cumprimento da meta, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic. Atualmente, a taxa está fixada em 15% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Essa manutenção, pela terceira vez seguida, reflete a desaceleração da economia e o recuo da inflação. No entanto, o BC não descarta a possibilidade de aumentar os juros novamente, caso julgue necessário.
O Banco Central ressaltou, em nota, que o ambiente externo permanece incerto, em parte devido à conjuntura econômica e política nos Estados Unidos, o que afeta as condições financeiras globais. No Brasil, apesar da desaceleração da atividade econômica, a inflação ainda se encontra acima da meta. Essa situação sugere que as taxas de juros devem permanecer elevadas por um período considerável.
A expectativa dos analistas de mercado é que a taxa básica de juros encerre 2025 ainda em 15% ao ano. Para o final de 2026, a previsão é de uma queda para 12% ao ano. As projeções indicam uma redução adicional para 10,5% ao ano em 2027 e para 9,5% ao ano em 2028, sinalizando um ciclo de afrouxamento monetário a médio prazo.
Quando o Copom decide elevar a Selic, o objetivo é frear a demanda aquecida, encarecendo o crédito e estimulando a poupança, o que impacta diretamente nos preços. Taxas de juros mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Por outro lado, a redução da Selic tende a tornar o crédito mais barato, incentivando a produção e o consumo, o que pode levar a um controle menor sobre a inflação e estimular a atividade econômica.