ex gerente preso em joão pessoa por fraude e lavagem de dinheiro contra bv e votorantim

Ex-gerente preso em João Pessoa por fraude e lavagem de dinheiro contra BV e Votorantim

OPERAÇÃO SIMULACRO investiga fraude e lavagem de dinheiro, com prisões e apreensões

A Polícia Civil da Paraíba, por meio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO), prendeu um ex-gerente investigado por um esquema de fraude e lavagem de dinheiro contra o Banco Votorantim S.A. e a subsidiária BV Financeira S.A.. A ação, realizada em João Pessoa na quarta-feira, 26 de novembro de 2025, foi batizada como OPERAÇÃO SIMULACRO e mirou uma organização descrita pelas autoridades como sofisticada e bem estruturada.

Segundo a investigação, o grupo era liderado por um ex-Gerente de Produtos do Banco Votorantim, que teria usado o conhecimento interno para executar e ocultar fraudes. As apurações apontam que a organização utilizava empresas de fachada para simular grandes feirões de veículos, solicitando e recebendo repasses financeiros da instituição para eventos que jamais ocorreram, desviando os valores diretamente.

Como funcionava o esquema

De acordo com os investigadores, o grupo manipulava o sistema de crédito da BV Financeira. Em vez de registrar as operações no balcão da instituição, os ex-gerentes direcionavam financiamentos a revendas parceiras e a empresas controladas pelo grupo, garantindo o pagamento de comissões indevidas às empresas de fachada. Esse tipo de direcionamento, somado às transferências simuladas para eventos fictícios, gerou prejuízo milionário à vítima.

As provas reunidas incluem documentos de auditoria da própria instituição, relatórios do COAF que rastrearam movimentações atípicas, e investigações internas que evidenciaram tentativas de ocultar a origem dos lucros obtidos de forma ilícita.

A operação e as medidas judiciais

A operação foi executada mediante ordens judiciais expedidas pela 1ª Vara Regional de Garantias, que autorizou um mandado de prisão temporária e seis mandados de busca e apreensão, além de diversos mandados de sequestro e bloqueio de bens e valores de todos os alvos, incluindo contas bancárias de pessoas físicas e de empresas de fachada.

Além da DRACO, a ação contou com apoio do GAECO/MPPB, da DRE-CG, do GOE e da UNINTELPOL, que atuaram em conjunto nas diligências operacionais e técnicas. Durante o cumprimento dos mandados, diversos veículos e relógios de luxo foram apreendidos, e houve o bloqueio de bens e valores nas contas dos investigados e das empresas utilizadas no esquema, com o objetivo de possibilitar o ressarcimento do prejuízo causado à instituição e à sociedade.

Acusações e evidências

Os crimes apurados na investigação estão tipificados como Associação Criminosa, Estelionato e Lavagem de Dinheiro. As autoridades afirmam haver fortes indícios de que o grupo atuava de forma estável e organizada, visando o enriquecimento ilícito, com movimentações financeiras atípicas detectadas pelos relatórios do COAF e por auditorias internas do banco.

Em nota oficial, a corporação reafirmou o compromisso com a investigação e com a responsabilização dos envolvidos, seguindo a linha do lema divulgado pela instituição, Polícia Civil da Paraíba – Investigar e Proteger. As apurações continuam em curso para a completa elucidação dos fatos e a identificação de todos os participantes do esquema.

Impacto e próximos passos

O caso traz à tona a vulnerabilidade que pode existir em mecanismos internos de instituições financeiras quando agentes com acesso privilegiado atuam de forma fraudulenta. A investigação busca não apenas responsabilizar criminalmente os envolvidos, mas também recuperar valores desviados e reforçar mecanismos de controle e auditoria nas entidades afetadas.

As autoridades informaram que a investigação terá prosseguimento para análise das contas bloqueadas, apreensão de bens e aprofundamento das linhas de investigação que relacionem o grupo a outras possíveis fraudes. A expectativa é de que novas medidas judiciais sejam solicitadas conforme surjam elementos adicionais durante as diligências.

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