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O Ministério Público da Paraíba (MPPB) emitiu uma recomendação urgente para a anulação imediata do concurso público realizado pela Prefeitura de Cubatí, localizada no Agreste paraibano. A decisão surge após um inquérito civil revelar fortes indícios de **favorecimento político e manipulação de notas**, levantando suspeitas sobre a lisura do processo seletivo.
Um dos pontos centrais da recomendação, assinada pelo promotor Elmar Thiago Pereira de Alencar, é a aprovação de diversos membros da atual gestão municipal. Entre os nomes que chamaram a atenção do MPPB está o da **vice-prefeita Heline Fernanda Silva de Assis Dantas**, que obteve a 1ª colocação para o cargo de Orientador Educacional. O órgão ministerial classificou a situação como um potencial **conflito de interesses e favorecimento deliberado**.
O documento enviado ao prefeito José Ribeiro de Oliveira (PSB) detalha que a aprovação da vice-prefeita, que já havia sido diplomada e empossada no cargo, levanta sérias questões sobre a imparcialidade do concurso. O MPPB ressalta que, mesmo com a aprovação, **atos viciados são nulos desde sua origem**, o que significa que não há direito adquirido para candidatos já nomeados em caso de anulação.
As irregularidades apontadas pelo Ministério Público não param por aí. A **vereadora Thatyanne Cordeiro Silva** também figura na lista de aprovados, conquistando a 2ª colocação para o mesmo cargo de Orientador Educacional. A situação se torna ainda mais peculiar pelo fato de a vereadora ser **esposa do presidente da banca examinadora** do concurso, o que intensifica as suspeitas de manipulação.
Além delas, a lista de aprovados no concurso da Prefeitura de Cubati inclui uma série de outros nomes ligados à gestão municipal, como a **Secretária Adjunta de Saúde, a Secretária de Assistência Social e o Secretário de Infraestrutura**. Parentes diretos de outros membros do alto escalão também foram aprovados, incluindo o **filho do Secretário de Meio Ambiente, o marido da Secretária de Finanças, uma prima de secretário e a sobrinha do próprio prefeito**, que foi aprovada dentro do número de vagas para Auxiliar Administrativo.
Até o momento, a única gestora a se pronunciar publicamente sobre o caso foi a **vice-prefeita Heline Fernanda Silva de Assis Dantas**. Em suas redes sociais, ela declarou que realizou o concurso antes de ser diplomada e empossada no cargo de vice-prefeita, e ressaltou sua longa trajetória acadêmica. “Tenho uma vida inteiramente dedicada aos estudos — quem me conhece sabe disso! Sou professora há mais de 20 anos, graduada pela Universidade Estadual da Paraíba, tenho especialização, mestrado e doutorado pela Universidade Federal de Campina Grande, além de diversas publicações em importantes revistas nacionais e internacionais”, afirmou.
A vice-prefeita negou veementemente qualquer insinuação de favorecimento. “Jamais admitirei qualquer insinuação de favorecimento em meu nome. Sei bem o valor e o peso de uma trajetória construída com esforço, mérito e dedicação aos estudos”, concluiu, colocando-se à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos necessários aos órgãos de fiscalização.
O Ministério Público recomendou ainda que a prefeitura envie, em um prazo de até 10 dias, informações sobre as medidas adotadas em relação à recomendação de anulação. A investigação busca garantir a **transparência e a legalidade** em todos os processos seletivos públicos, assegurando que o acesso a cargos públicos seja baseado unicamente no mérito e na capacidade dos candidatos.