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A Escola de Serviço Público do Estado da Paraíba (Espep), em parceria com a Secretaria de Estado da Administração (Sead), realizou um importante evento voltado para a discussão e o combate ao racismo no serviço público. O encontro, intitulado ‘Novembro Negro na Espep: Racismo e Trajetórias no Serviço Público’, teve como principal objetivo promover um diálogo aprofundado sobre a igualdade racial e capacitar os servidores estaduais. A iniciativa visa fortalecer a construção de um serviço público mais inclusivo, equitativo e, fundamentalmente, antirracista.
Ivanilda Matias, superintendente da Espep, abriu o evento ressaltando o compromisso contínuo do Governo da Paraíba com a temática. Ela mencionou a primeira Capacitação em Educação Antirracista, iniciada neste ano, que já reúne mais de 250 professores da rede estadual. “O evento de hoje vem somar e reforçar ainda mais nosso compromisso em promover espaços de formação sobre essa temática no serviço público”, declarou Matias, destacando a relevância de estender essas discussões para além do ambiente escolar.
Altair Madruga Mendes, assessor especial da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Sul, foi um dos palestrantes e trouxe uma perspectiva histórica e econômica crucial. Ele enfatizou o papel fundamental da população negra na formação e no desenvolvimento do Brasil. “O povo negro foi importante para a economia desse país, razão pela qual temos que nos orgulhar dos nossos antepassados, dos nossos ancestrais, por tudo que significaram. A economia do nosso país foi pujante para trazer o imigrante em razão da nossa existência. Não existe Brasil sem o negro”, afirmou Mendes, sublinhando a indispensabilidade da contribuição negra para a identidade nacional.
A defensora pública Lorena Cordeiro de Oliveira compartilhou sua experiência pessoal e profissional, destacando os desafios enfrentados por pessoas negras no serviço público. Como defensora pública cotista, ela ressaltou a consciência de ser fruto de uma luta histórica e a responsabilidade de manter esse movimento de resistência. “Eu sou defensora pública cotista. Eu tenho muita consciência que sou fruto de uma luta. Por isso, quando chego nesse espaço eu tenho ciência de que preciso manter este movimento que é ancestral, de luta e de resistência. Uma jornada bastante difícil e dura: chegar e permanecer”, relatou Cordeiro de Oliveira. Ela enfatizou a necessidade de um atendimento racializado, que considere as vulnerabilidades, o contexto de vida e histórico das pessoas, especialmente as negras, que muitas vezes enfrentam menor aceitação social.
O evento também contou com a participação do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba, representado pela major Virgínia. Ela levou uma turma de bombeiros em formação, ressaltando a importância da discussão sobre racismo para a categoria. “Nós acreditamos que o racismo é ensinado. Por isso trazemos aqui nossa turma, pois acreditamos que a conscientização acerca do racismo vem através de mecanismos de educação, esclarecimento e rodas de conversa. O Corpo de Bombeiros quer se aprimorar nesse tema para oferecer à sociedade um melhor atendimento”, explicou a major. Essa iniciativa demonstra o compromisso das instituições em educar seus membros e aprimorar o serviço prestado à população.
O evento reuniu diversas personalidades importantes, como a vice-reitora da UEPB, Ivonildes da Silva Fonseca, a vereadora de Campina Grande, Jô Oliveira, Mãe Renilda de Oxóssi, o tenente Wendel Alves e o capitão Cahuê, da Polícia Militar, o secretário executivo de Cultura, Cicinho Lima, o professor e pesquisador Carlos Wendel, e o poeta Raniery Abrantes. Essa participação diversificada reforçou o compromisso das instituições envolvidas em ampliar o debate sobre racismo e igualdade racial no âmbito do serviço público paraibano, buscando um futuro mais justo e equitativo para todos.